A importância da produção ser regular e fiscalizada por órgãos competentes.

Falamos bastante aqui no blog sobre o bem-estar animal e toda a importância que ele representa dentro não só da avicultura, mas de toda criação animal. Se você ainda não leu, clica aqui para ver os textos sobre o que são “aves soltas” e sobre a criação de aves livres de gaiolas para produção de ovos enriquecidos.

Há alguns anos atrás, o conceito de produzir alimentos era bem diferente do atual. Entretanto, já conseguimos ver uma tendência de percepção de valor por parte dos consumidores por produtos sustentáveis e que respeitam a vida do animal.

Dentro dessa evolução, nasceu a necessidade de existirem regras do jogo. Como assim, vocês devem estar se perguntando? É simples, o Brasil é um país muito grande e com uma pluralidade de culturas enorme! Para que todos produtores sigam a produção dentro de um padrão é necessário que existam leis e regras que organizem os pilares de cada tipo de produção.

Dentro da nossa área, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável pela gestão das políticas publicas de estímulo à agropecuária. Isso significa que é o MAPA quem faz as regras do jogo, é ele quem fomenta o agronegócio, faz as normas e fiscaliza os serviços vinculados ao setor.

Porém, como sabemos, o Brasil é gigante e o agronegócio é uma das suas principais atividades, contemplando pequenos, médios e grandes produtores rurais! Em 2019, o agronegócio gerou mais de 21% do PIB brasileiro e dentro dos segmentos, a pecuária é responsável por 32%, quase R$ 500 bilhões de reais!!

Percebendo esse crescimento, o MAPA passou a regulamentar outros órgãos que o auxiliam nesse controle do agronegócio. Assim surgem as certificadoras, que auxiliam na elaboração de normas e fiscalização de tipos de criação!

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Quais os tipos de criação no caso de ovos?

Se fizermos uma análise cronológica, o primeiro tipo de criação de galinhas para produção ovos foi a criação caseira. Nesse cenário, as galinhas eram criadas nos quintais de casa e os ovos eram utilizados para consumo próprio ou venda para vizinhos.

Com o passar o tempo, o consumo de ovos se expandiu e em 2019, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) o consumo do brasileiro foi de 230 unidades por pessoa, o recorde do país!

O ovo entrou, portanto, para o cardápio do brasileiro como uma importante fonte de proteína animal associada a um baixo custo. Para ser possível essa expansão, os produtores passaram a alojar as galinhas no sistema intensivo. Esse sistema aloja as galinhas dentro de gaiolas e um galpão pode alojar milhares de aves.

Seguindo na linha do tempo, alguns consumidores perceberam que o bem-estar animal também é importante como critério de escolha para seu alimento. Assim, surgiram os sistemas de criação alternativos. Dentro da criação alternativa, temos:

1. Livre de gaiola
2. Caipira
3. Orgânico

Desses todos, apenas o sistema orgânico é legislado pelo MAPA. E os demais? Os sistemas livre de gaiola e o caipira podem ser identificados no mercado através dos selos das certificadoras presentes no rótulo.

As certificadoras possuem normas próprias para cada tipo de criação e realizam auditorias em quem utiliza seu selo no rótulo do produto. Só é considerado acreditado quem segue todos os critérios do tipo de criação que deseja!

Qual a diferença entre os sistemas alternativos?

O sistema orgânico já traz no nome o principal aspecto que deve ser considerado, a ração das aves deve ser composta por 80% de ingredientes orgânicos, não pode conter produtos de origem animal e deve ser livre de transgênicos e antibióticos.

Tanto no sistema orgânico como no caipira, as galinhas devem ter acesso a um piquete para pastejo, banho de sol e outros comportamentos naturais das aves. Já no sistema livre de gaiola, não é necessário esse acesso à área externa desde que as aves sejam criadas 100% no chão, fora de gaiolas!

Essas são características gerais dos diferentes tipos de criação alternativos, porém são exigidos diversos outros aspectos dos produtores de ovos para que sejam liberados como produtores alternativos, de ovos orgânicos, caipira ou livre de gaiola!

Para garantir que todas as normas sejam cumpridas, tanto o MAPA como as certificadoras realizam visitas e auditorias em seus “clientes” produtores de ovos, pelo menos um vez ao ano.

Para facilitar para o consumidor, os sistemas alternativos de criação são categorizados em ordem por tipo e quantidade de características exigidas. Os ovos orgânicos ficam no topo da classificação por possuir mais exigências, seguido pelo ovo caipira e depois pelo ovo livre de gaiola.

Essa classificação acompanha o valor do produto que encontramos no mercado, ou seja, o ovo orgânico por ser o mais exigente é o mais caro dentre os 3, podendo ser encontrado por R$ 15,00 a dúzia. Já o ovo de aves livres de gaiola é o mais barato entre os ovos alternativos. Os ovos caipira ficam em valores intermediários.

Entretanto, todos os ovos provenientes de criações alternativas são mais caros do que os ovos convencionais ou de criação industrial, como é conhecido. Isso acontece porque a cada degrau que o produtor sobe na escala de exigência, mais caro se torna o custo de produção.

É realizado uma série de investimentos como, por exemplo, na construção dos piquetes ou na produção de ração com origem de grãos orgânicos. Além de ser necessário mais mão-de-obra para trabalhar com as aves soltas se comparado com elas em gaiolas.

Embalagem Ovos Mombuca reconhecidas com SELO AVAL

O entendimento é fundamental para o consumidor!

Atualmente existem muitos fornecedores de ovos e, como vimos, algumas modalidades de criação diferentes. O que por um lado é ótimo, pois nos coloca nas mãos o poder de decisão! O problema é que para decidir bem temos que nos manter informados e estar muito atentos aos rótulos!

Empresas sérias como a Ovos Mombuca está engajada em entregar para seus consumidores aquilo que o rótulo promete, ou seja, galinhas realmente livres de gaiolas e, no caso das caipiras, com acesso à área externa e todos os direitos que nossas galinhas merecem!

Não acreditem em milagre, já dizia a minha avó que “quando a esmola é demais, o santo desconfia”! O consumidor deve entender que o preço pago reflete o valor agregado de cada produto dentro de sua categoria.

Fiquem atentos na hora da compra, escolha sempre produtos de produtores que também acreditam na produção sustentável e sob os aspectos de bem-estar animal. Até o próximo ovo cozido!

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