Caminho percorrido pela nutrição em poedeiras comerciais até a produção dos ovos de mesa.
A nutrição de poedeiras comerciais é estrategicamente estudada e aplicada para atender as exigências das aves a partir do primeiro dia de vida até suas cem semanas, tempo que geralmente as aves permanecem na granja e chegam a produzir mais de quatrocentos ovos.
As aves são seres monogástricos, ou seja, possuem apenas um compartimento de estômago. Apesar de possuírem o papo que aumenta sua capacidade de estocagem de alimento, as aves precisam ter uma alimentação constante e uma dieta nutricional balanceada.
As dietas das aves são baseadas basicamente em ingredientes vegetais, farinhas de origem animal, vitaminas, minerais e aditivos. Sendo assim, a primeira etapa da nutrição consiste na escolha adequada dos ingredientes como milho, milheto, sorgo, farelo de soja, cloreto de sódio, bicarbonato de sódio, vitaminas e outros minerais, adsorventes, probióticos, óleos essenciais e ácidos orgânicos, além de seguir os protocolos estabelecidos pelo Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento descrito na Instrução Normativa 4/2007 que tem como finalidade definir os procedimentos básicos de higiene e de boas pratica de fabricação para alimentos fabricados e industrializados para o consumo dos animais.
Implantado os ingredientes de escolha e seus respectivos protocolos de boas praticas de fabricação, o nutricionista é responsável por estudar os níveis mais adequados para cada fase e de acordo com seu consumo. Desta forma, as aves são divididas em fase:
– Fase de cria e recria são as aves mais jovens da granja e que ainda não produzem ovo. Estão em período de formação e são criteriosamente preparadas para o processo produtivo. Para isso é necessário que a nutrição seja desenhada para atender as etapas de sua formação.
As aves na fase de cria que possuem idade entre 01 e 56 dias precisam de dietas com alto teor de proteína e energia para dar suporte ao desenvolvimento do sistema imune e sistema digestório. Além que, nesse período as aves têm o maior ganho percentual de peso de todo seu ciclo. Por exemplo, uma pintainha que chega com 35 gramas no primeiro dia de vida, com sete dias alcança 70 gramas e com quatorze dias alcança 130 gramas de peso corporal.
As aves na fase de recria tem idade de 57 dias até 119 dias e começam a necessitar de inclusões de níveis de fibra, essencial para dar tônus e maturidade para seu sistema digestório. Porém continua sendo essencial o atendimento dos demais níveis da dieta para que nesta fase as aves consigam crescimento esquelético e corporal. Pois ainda que com 57 dias já tenham alcançado 600 g, aos 119 dias precisam estar próximos de 1200 g de peso corporal.
– Fase de produção são as aves que já atingiram a maturidade sexual, ou seja, já está capacitado a iniciar o desenvolvimento dos ovários e consequente todo o restante do trato reprodutivo. Nesta fase, o nutricionista precisa estar atento a algumas particularidades. E para isso vamos dividir em quatro dietas ao longo de toda sua vida produtiva que vai de 18 semanas até 100 semanas.
Dieta pré-postura é considerada a partir das 18 semanas até as aves atingirem um percentual de no máximo 2% de produção de ovos. Nesta fase, em especial as aves ainda precisam de um teor médio de proteína, energia e fibra, porém é essencial o inicio do aumento das fontes de cálcio que saltam de 1% para no mínimo 2,5% na dieta.
Sendo que, a fonte recomendada é o calcário calcitico por ter uma boa disponibilidade de cálcio e um menor teor de magnésio, este ultimo sendo prejudicial para saúde das aves em quantidades moderadas. ´
Além disso, é importante que ao menos 40% da inclusão do calcário calcitico seja feito em partículas grossas (3 mm de espessura) e os outros 60% com partículas finas (< 1 mm). A entrada de partículas grossas de calcário na dieta tem como objetivo garantir que as aves tenham uma disponibilidade de cálcio por um período maior, aliás, um ovo leva em torno 26 horas para ser produzido, e ao menos 21 horas são consumidas apenas para fazer a formação da casca que exige altos teores de cálcio.
Dieta pico é considerada a partir dos 2% de produção até as aves ganharem estabilidade de produção que pode chegar até 98% de produtividade diária. Nesta fase, as aves tem idade entre 20 e 45 semanas e em relação às anteriores, as fontes de energia e proteína continuam estáveis devido ao aumento de produtividade de ovos e as aves estarem finalizando sua maturidade física.
Os teores de cálcio são necessários à compensação, pois as aves possuem um requerimento muito alto (> 4%/dia), além que, é necessário o balanceamento entre as partículas finas e grossas numa relação de ao menos 50% para cada uma.
Dieta postura 1 a postura 3 são as aves que já estão com todo seu desenvolvimento concluído e apenas fazem acumulo de reserva/gordura, estão com a produção estável ou em decrescente e já existe a necessidade de uma redução de proteína e energia. Porém a particularidade será também a redução das fontes de fósforo que podem ir decrescendo por fase.
Em contrapartida, os aportes das fontes de cálcio continuam necessário devido à preservação das reservas ósseas dessas aves por um longo período, dessa forma, as fontes de cálcio aumentam gradativamente, além que a relação entre partículas grossa e fina podem chegar a 35% de partículas finas e 65% de partículas grossas.
Esse equilíbrio entre cálcio e fósforo e tamanho de partícula é importante, visto que, o trabalho com níveis errados entre eles podem inibir sua absorção pelas aves e mesmo que sejam ingeridos serão logo excretados.
Sendo assim, os nossos nutricionistas da Auster buscam através de produtos tecnológicos dar suporte aos produtores de ovos levando a linha Númia que busca garantir os melhores níveis de vitaminas, minerais e aminoácidos estejam presentes para atender os requerimentos exigidos pelas aves em cada etapa.
Jhony GILIO
Médico veterinárioConsultor técnico comercial regional na Auster